Xadrez

O campo do Camp Nou transformou-se em um grande tabuleiro listrado quadriculado. O objetivo, como o do jogo, é abrir espaços para realizar o tal 'xeque'. Porém, para dar o golpe mortal precisa jogar com inteligência. Atacar com os pinos adequados e ocupar todos os espaços do campo (ou se prefirir tabuleiro).

O Barcelona arriscou bastante. Avançou verozmente. Dominou boa parte do gramado. Mas faltou o principal, a reflexão e a calma para avançar com serenidade. Sereno, porque a maioria das jogadas do time azul-grená foram originadas pelo meio. Curiosamente, as poucas jogadas bem sucedidas do Barça saíram pelas laterais, com a torre Dani Alves. (Apenas uma jogada individual da rainha Eto'o saiu pelo meio). Aliás, ele foi o único jogador que se posicionou aleatoriamente, ora estava pelas pontas e ora pelo meio.

Vale ressaltar que o time de Hiddink foi espetacular defensivamente. O meio era concentrado de peões londrinos, bem distruídos, sem deixar espaço para que o rei Cech fosse atacado. As duas torres Ivanovic e Bosingwa pararam, respectivamente, Henry e Messi, que abusaram de jogar pela diagonal, como se fossem dois bispos. Iniesta e Xavi também ficaram presos pelo meio. Faltou sair pelas laterais ou encontrar aquela jogada bem elaborada, como um 'L'.

Igual a um jogo de xadrez, os pinos também podem sofrer danos, por que não? Rafa Márquez, infelizmente, sofreu uma luxação no menisco e, provavelmente, deverá ficar fora da próxima partida. Puyol entrou no lugar do mexicano, mas também não poderá atuar em Londres, porque foi suspendido pelo cartão amarelo.

Problemas para Pep Guardiola, sem dúvidas! As peças serão alteradas, mas nenhuma equipe foi capaz de aplicar a jogada mortífera: o 'xeque-mate'. Como foi dito no post abaixo, 'la eliminatória se decidirá en Londres'.