Os erros e certos de Juande

Um primeiro tempo completamente oposto do segundo. Quem só assistiu o primeiro equador da partida do Real Madrid contra o Liverpool, pensaria que os merengues saíram com a vantagem. Sem poder contar com Huntelaar, Juande Ramos apostou em Marcelo, que vem fazendo boas atuações no La Liga, como meia-esquerda.

De fato, funcionou. O ataque tinha qualidade, apesar do forte esquema de marcação de Rafa Benítez, que quase não deixou o adversário entrar na área dos Reds.

Marcelo e Robben eram os homens da articulação de Juande. Com a dificuldade de furar o bloqueio vermelho, ambos arriscaram o chute de fora da área, a maioria com perigo.

No intervalo de partida, o técnico, simplesmente, "perdeu a cabeça". Com medo de tomar um gol em casa, sacou Marcelo, que vinha fazendo mais uma boa atuação, e colocou Guti.

O setor de meio-de-campo ficou mais fechado e concentrado. Entretanto, com a saída do brasileiro, o lado esquerdo ficou nulo. Não havia ataque pelo lado esquerdo. Guti não atacava e Heinze, muito menos, subia.

Com isso, Robben passou a ser o único homem do setor de criação. Um peso enorme nas costas do holandês. Desta forma, com um pouco de liberdade para criar, o camisa 11 passou a atuar do lado direito e, em algumas ocasiões, pelo lado esquerdo.

Para não ficar um buraco no setor direito, Sérgio Ramos passou a investir no ataque, já que Pepe e Diarra (ambos fizeram um partidaço) cobriam a subida do lateral espanhol.

Mas, a tática não surgiu o efeito esperado. E ainda por cima, tomou um gol de cabeça, após um erro de Sérgio Ramos, que deixou Benayoun, livre para o cabeceio, após falta cobrada por Fábio Aurélio.

O time de Madrid ficou ainda mais desorganizado. Guti não definiu qual era a sua função, já que não atacava e muito menos marcava com maestria. Faltou ataque, criatividade e qualidade para furar o bloqueio inglês. Se o segundo tempo não deu certo, o primeiro tinha sinais que poderia dar certo. Pelo menos, ficou a lição para Anfield.